A Visão MDA
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Ter, 15 de Março de 2011 20:18
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A IGREJA EM CÉLULAS
A Igreja do Senhor Jesus tem
experimentado uma mudança de paradigma ao redor do mundo. Essa mudança está
acontecendo na visão, estrutura e funcionamento da Igreja Local: O resgate da
prática da Igreja Primitiva de se reunir nos lares.
Por muitos anos, diversas igrejas têm
promovido células ou grupos caseiros, porém apenas como mais um dentre muitos
ministérios. A visão da igreja neo-testamentária, entretanto, era bem
diferente. Na Igreja Primitiva, os cristãos se reuniam nos lares, não como
uma opção, mas porque o coração da Igreja Local, como centro de suas
atividades, estava nos seus lares.
Essa mudança de paradigma tem sido
chamada, por alguns, de Segunda Reforma. A Primeira Reforma foi liderada por
Martinho Lutero, ao levar a Igreja de volta às suas origens doutrinárias
baseadas somente na Palavra de Deus. Essa Segunda Reforma está devolvendo a
Igreja às suas estruturas originais, no sentido de restaurar a “Igreja no
Lar” e colocar o ministério nas mãos do povo. Quando uma Igreja Local
realmente passa por essa Segunda Reforma, os grupos nos lares (Células) se
tornam o coração daquela igreja.
A IGREJA EM CÉLULAS NA VISÃO DO MDA
Todas as maiores igrejas locais do mundo
já estão nesse novo modelo, promovido pela Segunda Reforma; todas são Igrejas
em Células. Existem, porém, diversos modelos de Igrejas em Células.
O Modelo de Discipulado Apostólico
(MDA) prioriza o discipulado um a um, mas também procura aproveitar as vantagens
dos outros modelos.
Na visão do MDA, é possível à Igreja
Local ganhar multidões
para Jesus sem deixar de cuidar bem de cada cristão – é o modelo de
discipulado um a um em ação.
Jesus, sendo o primeiro Apóstolo,
demonstrou que o discipulado era um conjunto de fatores que abrangia
convivência, o modelar do ministério, o investir nas pessoas uma a uma, o
investimento em grupos de discipulado, orar juntos, congregar juntos, etc.
Vemos, depois, os apóstolos e líderes da Igreja Primitiva seguindo esse
modelo. Não há registro de que qualquer um deles teve doze discípulos. O
número era obviamente flexível. A Bíblia deixa bem claro, porém, que o
“Modelo Apostólico de Discipulado” que Jesus havia iniciado continuou.
Barnabé foi atrás de Saulo (Paulo) e obviamente investiu muito na vida dele.
Paulo investiu muito em Silas, Timóteo, Lucas, etc. A história diz que Pedro
investiu muito em João Marcos, e assim por diante. Esse é o “Modelo de
Discipulado Apostólico” (Mateus 28.18-20; II Timóteo 2.2).
O MDA abrange diversos fatores
desenvolvidos na Igreja Local. Sem dúvida, o fator central do Modelo de
Discipulado Apostólico é o discipulado um a um que todos na igreja recebem.
Porém, este modelo (MDA) fala da visão geral de como cremos que a Igreja
Local deve funcionar.
Temos aprendido muito com tantos
excelentes modelos de Igrejas em Células, e queremos continuar aprendendo
mais e mais com todo o Corpo de Cristo. Na Sua rica graça e misericórdia,
Deus tem dado uma visão clara e nítida; uma visão que tem funcionado e
produzido frutos permanentes; uma visão que tem a plena bênção e confirmação
de nossa liderança: A Visão do MDA.
1 – O REINO DE DEUS
Jesus disse: “Buscai, pois, em
primeiro lugar, o seu Reino…” (Mateus 6.33).
Deus está implantando o Seu Reino
aqui na Terra e Ele tem deixado bem claro qual é a visão dEle para nós:
Deus havia dito para o homem: “Sede fecundos,
multiplicai-vos, enchei a terra…” (Gênesis 1.28). Por quê? Porque
Adão e Eva gozavam de perfeita comunhão com Deus e assim refletiam a glória
de Deus perfeitamente. À medida que eles obedecessem a ordem de crescer e
multiplicar, toda a terra ficaria cheia da glória de Deus, como as águas
cobrem o mar.
O plano original de Deus nunca mudou.
Mesmo que o homem natural, por causa do pecado, não reflita a glória de Deus,
aquelas pessoas que já nasceram de novo verdadeiramente refletem a Sua
glória. Então a ordem de Deus continua a mesma: “Eu quero o Meu Reino
implantado sobre toda a terra e isto vai acontecer quando os meus filhos
colocarem o Meu Reino em primeiro lugar, crescerem e se multiplicarem até que
toda a terra esteja cheia de pessoas que reflitam a minha Glória”.
2 – A IGREJA DO SENHOR JESUS
Mas qual é o contexto em que nós
devemos buscar o Reino de Deus? Na prática, como podemos fazer isso?
Jesus disse: “Eu edificarei a Minha
Igreja…” (Mateus 16.18) e em outra ocasião Ele disse “quem comigo não ajunta,
espalha…” (Mateus 12.30). Em outras palavras, o Reino de Deus aqui na Terra
se manifesta e é centralizado na Igreja do Senhor Jesus:
A Igreja do Senhor Jesus é o coração
do Reino de Deus.
3 – A IGREJA LOCAL
Posso saber, então, que
verdadeiramente estou buscando o Reino de Deus se eu estiver trabalhando com
Jesus na Edificação da Sua Igreja Mundial. Mas, como a Igreja Mundial do
Senhor Jesus é edificada? Através da Igreja Local.
Se eu não estiver edificando a Igreja
Local eu não estou edificando como eu deveria a Igreja Mundial do Senhor
Jesus. A Bíblia fala muito mais acerca da Igreja Local do que da Igreja
Mundial. Estamos trabalhando com Deus ou contra Deus?
Talvez muitos não saibam disto, mas quem não está na visão da Igreja Local –
ajudando a Igreja Local a crescer e multiplicar em quantidade e qualidade,
está na realidade (mesmo que seja por omissão) trabalhando contra Deus. Isto
é sério. Deus coloca máxima importância na Igreja Local porque a Igreja Local
é o coração da Igreja do Senhor Jesus aqui na Terra.
O Apóstolo João, em Apocalipse
1.10-11, ouviu a voz do Senhor Jesus por trás dele. Mas quando virou para ver
o Senhor Jesus, primeiramente ele viu sete candeeiros de ouro (Ap. 1.12), e
só depois viu o Senhor Jesus (Ap. 1.13). Os sete candeeiros são as sete
igrejas locais (Ap. 1.20). Creio que, simbolicamente, isto mostra que para
termos plena revelação do Senhor Jesus, temos também que ter a visão da
Igreja Local. Onde estava Jesus? “No meio dos sete candeeiros” (Ap. 1.13). No
meio das Igrejas Locais. É impressionante a importância que Deus põe na
Igreja Local.
4 – A CÉLULA
É muito importante que todos os
cristãos da Igreja Local estejam congregando na célula, onde a vida do Corpo
se encontra de forma sintetizada em todos os seus muitos aspectos, tais como:
adoração, intercessão, evangelismo, integração, discipulado, treinamento de
líderes, comunhão, assistência social, etc.
É necessário que essa célula esteja
sempre aberta para receber novas pessoas. Como a célula do corpo humano, deve
estar sempre crescendo, multiplicando e formando novas células. Esse tipo de
célula resgata a “Igreja no Lar”, e por isso cremos ser importante que todos
congreguem em uma célula deste tipo, pois acreditamos que foi assim que
aconteceu na igreja neotestamentária. Para nós, a Célula é o Coração da
Igreja Local.
Todas as nossas Células, heterogêneas
e homogêneas, têm essas características, e todos os membros estão em um
desses dois tipos de Células. A totalidade de nossas Células cresce, e elas
se multiplicam em três áreas:
1) Verticalmente: os membros crescem em intimidade com Deus e multiplicam isso nas
vidas dos seus discípulos.
2) Horizontalmente: os membros crescem em comunhão uns com os outros e multiplicam isso
nas vidas dos seus discípulos.
3) Exteriormente: Os membros crescem numericamente ganhando novas pessoas para Jesus,
discipulando essas pessoas e multiplicam esse código genético de evangelismo
e discipulado nas vidas dos seus discípulos. A Célula cresce em número de
membros e se multiplica, gerando assim novas Células.
É este tipo de Célula que é o
verdadeiro coração da Igreja Local. Na igreja baseada em Células tudo
acontece pela Célula, para a Célula, através da Célula e em função da Célula.
No gráfico acima podemos perceber que
o coração do Reino de Deus é a Igreja Mundial do Senhor Jesus; o coração da
Igreja Mundial é a Igreja Local; e o coração da Igreja Local é a Célula. Você
pode perceber, então, que todo esforço cristão para implantar o Reino de Deus
na terra deve resultar em priorizar, direta ou indiretamente a edificação de
Células no contexto da Igreja Local. Agora, qual é o coração da Célula?
5 – O DISCIPULADO UM A UM
Jesus priorizou o discipulado na Sua
vida aqui na Terra. Antes de escolher os seus discípulos Ele orou a noite
toda (Lucas 6.12-13), e uma grande parte do seu tempo foi ocupado investindo
na vida destes discípulos. Como Ele viajava horas e horas a pé, é bem
provável que, enquanto estava caminhando com os discípulos naquelas estradas
construídas pelo Império Romano, Ele aproveitasse bem o tempo discipulando.
Quem já caminhou por muitas horas sabe que é difícil andar e falar com muitas
pessoas ao mesmo tempo. Cremos que Jesus discipulava muito: 1) um a um; e 2)
em grupo.
O Dr. Carl Horton, que já dormiu no
Senhor, tinha o seu doutorado em “Crescimento da Igreja” pela Escola de
Missões Mundiais do Seminário Teológico Fuller. Foi ele quem apresentou os
resultados surpreendentes de uma pesquisa realizada com um grande número de
líderes cristãos. Os quesitos avaliados na pesquisa eram concernentes à
formação de líderes; como e onde foram treinados os líderes que estão tendo
mais sucesso no Reino de Deus. A pesquisa demonstrou que:
·
0% dos líderes foram produzidos pelo púlpito em reuniões públicas
de ensino ou pregação;
·
90% dos líderes foram gerados através do discipulado e mentoreamento
pessoal, um a um.
·
0% dos líderes foram produzidos em classes estruturadas, como
Escola Dominical, cursos de Família Cristã, Guerreiros de Cristo, e outras
mais;
·
10% dos líderes foram gerados no discipulado em grupos pequenos;
Na nossa própria experiência, também
temos visto que é muito bom discipular em grupos, mas nunca em substituição
ao discipulado um a um. Sem dúvida, isto possibilita que o discipulado seja
mais profundo, intenso, e específico.
É claro que, para haver esse tipo de
discipulado os dois (discípulo e discipulador) devem ser do mesmo sexo.
Também, alguém não pode estar discipulando outra pessoa se ele primeiramente
não tiver discipulador. O discipulador tem compromisso total de não falar
nada para pessoa alguma daquilo que o discípulo confidenciou, a não ser que
obtenha primeiramente sua permissão.
Este discipulado deve acontecer no
contexto da Célula, ou seja, o discipulador deve participar da mesma Célula
do discípulo. O discipulado nunca deve ser manipulativo. O verdadeiro
discipulado é para ajudar o discípulo a crescer.
Discipulado é proteção. Discipulado é
crescimento. Seja transparente com o seu discipulador. Você ficará
maravilhado como Deus vai usar seu discipulador para ajudá-lo a vencer o pecado,
crescer espiritualmente, ser um ganhador de almas, e ser também um bom
discipulador. “Confessai os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos
outros para serdes curados” (Tiago 5.16).
Uma vez que você está sendo
discipulado, é importante começar a orar e pedir a Deus que lhe mostre quem
você deverá discipular. Quando você ganha alguém para Jesus, você tem que
garantir que aquela pessoa seja bem discipulada. Normalmente é você quem deve
discipular aquele novo convertido.
Jesus, antes ascender aos céus, nos
deixou a Grande Comissão: “Ide, portanto, fazei discípulos…” (Mt. 28.19).
Isto tem que ser priorizado, pois sem dúvida é um assunto de máxima
importância. Na medida em que meditávamos na centralidade do discipulado,
Deus nos revelou que o discipulado um a um é o coração da Célula. A
esse relacionamento do discipulador com seu discípulo (total de duas pessoas)
chamamos de uma microcélula. Como a ênfase central da Visão do Modelo do
Discipulado Apostólico é o discipulado um a um, vimos que seria ideal usarmos
a mesma sigla para identificar esta microcélula.
Então, como visão da Igreja Local
temos:
MDA: Modelo de
Discipulado Apostólico.
E como o nome da micro-célula de
discipulado, também, temos:
MDA: Micro-célula de
Discipulado Apostólico.
O discipulado, na microcélula, é
feito um a um. Você poderá notar então que a microcélula tem o total de duas
pessoas: Discipulador e Discípulo. Cremos que o MDA é a menor
representação da Igreja: a microcélula do Corpo de Cristo, “onde
estiverem dois ou três reunidos em Meu nome…” (Mateus 18.20). É interessante
notar que o contexto desta passagem se refere à Igreja Local.
O importante é que todos estejam
debaixo da cobertura de um discipulador, e que todos estejam fazendo
discípulos, porque, como já foi enfatizado, o discipulado é o coração da
Célula. Em outras palavras: o MDA é o coração da Célula.
A Visão do MDA pede que cada cristão
esteja inserido onde está a figura daquela pessoa no gráfico abaixo:
Na Visão
do MDA cada cristão deve estar sendo e fazendo
discípulos, participar de uma Célula, abraçar a visão da Igreja Local, buscar
a Unidade da Igreja Mundial e colocar em primeiro lugar o reino de Deus.
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